Acordo prevê que, em caso de ataque à Rússia ou à Coreia do Norte, ambos os países são obrigados a ajudar o aliado no contra-ataque
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assinaram um pacto de parceria estratégica, nesta quarta-feira (19), que prevê a defesa mútua do território dos dois países em caso de agressão.
Na prática, se Rússia ou Coreia do Norte forem atacadas por quaisquer outros países, ou por membros da Otan, (Organização do Tratado Atlântico Norte), ambas as nações são obrigadas a ajudar o país que foi alvo no contra-ataque.
Putin afirmou, segundo a agência Reuters, que “o acordo de parceria abrangente assinado hoje prevê, entre outras coisas, assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes deste acordo”. Em seguida, completou: “Em relação a isto, a Rússia não exclui para si o desenvolvimento da cooperação técnico-militar com a República Popular Democrática da Coreia”.
Rússia e a mudança na geopolítica mundial
O assessor presidencial russo Yury Ushakov, em entrevista à agência de notícias russa Tassa, explicou o novo documento substitui o tratado de amizade e assistência mútua de 1961, o tratado de 2000 sobre laços bilaterais e as Declarações de Moscou e Pyongyang de 2000 e 2001.
O acordo, selado na primeira visita de Vladimir Putin à Coreia do Norte em 24 anos, representa uma reação à promessa de países do Ocidente de fornecer caças americanos F-16 à Ucrânia.
Nenhum caça chegou à Ucrânia ainda, embora militares do país estejam em treinamento na Romênia e na Polônia desde 2023.
O presidente russo desembarcou em Pyongyang na quarta-feira (19) na primeira visita ao país asiático desde 2000, quando iniciava a carreira presidencial e se encontrou com o pai do atual ditador Kim Jong-un, Kim Jong-il.
As cortesias oferecidas por Putin a Kim Jong-un nos últimos anos, que vai da recepção de gala ao ditador norte-coreano em 2023 na Rússia e um passeio pelo novo centro de lançamento espacial do país, gera apreensão nos Estados Unidos e nos aliados asiáticos.
A principal dúvida é que tipo de mísseis e de tecnologia nuclear a Rússia poderia transferir para a Coreia do Norte em troca de munição para usar nos combates na Ucrânia.
Fonte: noticias.r7.com