A terra indígena Cacique Fontoura, que abrange os municípios de Luciara e São Félix Araguaia, num total de 32.345 hectares, foi homologado pelo presidente Lula. Agora, caberá a Fundação Nacional do Índio (Funai) proceder com o registro das terras indígenas na Secretaria do Patrimônio da União e nos cartórios de registros de imóveis, por ser uma terra pública de usufruto exclusivo dos povos indígenas. A autarquia já encaminhou mais 26 territórios para a análise do MJSP.

Atualmente, constam 736 terras indígenas nos registros da Funai. Essas áreas representam aproximadamente 13,75% do território brasileiro, localizadas em todos os biomas, sobretudo na Amazônia Legal. Segundo o Censo 2022, o Brasil tem quase 1,7 milhão de indígenas.

No Cacique Fontoura há 489 indígenas que poderão utilizar a terra. Eles são habitantes seculares das margens do rio Araguaia nos estados de Mato Grosso, Goiás e Tocantins.

A demarcação da TI Cacique Fontoura foi judicializada por meio de ação do Ministério Público Federal. Em 2022, a Justiça Federal em Barra do Garças (MT) determinou que a União edite decreto de homologação da demarcação da Terra Indígena.

A TI Cacique Fontoura foi identificada e delimitada por um grupo técnico constituído em 2001, foi aprovado pela Funai no ano seguinte e chancelado pelo Ministério da Justiça em 2008. A demarcação física ocorreu em 2009 e desde 2016 aguardava decreto homologatório.

Os Karajá têm uma longa convivência com a sociedade não indígena, mas isso não os impediu de manter costumes tradicionais do grupo como: a língua nativa, as bonecas de cerâmica, as pescarias familiares, os rituais como a Festa de Aruanã e da Casa Grande (Hetohoky), os enfeites plumários, a cestaria e artesanato em madeira e as pinturas corporais, como os característicos dois círculos na face.

Fonte: O Documento